Quatro alunos da Fatec de Marília desenvolveram trabalhos de conclusão do curso de Tecnologia em Alimento voltados para pessoas com deficiência alimentar. As pesquisas demoraram entre seis meses a um ano e meio para serem […]
Quatro alunos da Fatec de Marília desenvolveram trabalhos de conclusão do curso de Tecnologia em Alimento voltados para pessoas com deficiência alimentar. As pesquisas demoraram entre seis meses a um ano e meio para serem concluídas. Integrantes do Projeto Inclusão da faculdade, os quatro alunos autores das pesquisas, também possuem algum tipo de deficiência. Segundo os próprios estudantes, o trabalho foi feito de deficientes para deficientes. As pesquisas envolvem análise de iogurte a base de soja, criação de um gelado a base de leite de búfalo, ambos para pessoas com intolerância à lactose e a avaliação dos benefícios de isotônico para atletas. Uma doença degenerativa deixou a estudante Débora Calixto Bonfim, 36, com apenas 3% da visão do olho direito e 4% da visão do olho esquerdo. Mas o problema não foi empecilho para Débora seguir adiante na vida. Ela, juntamente com Ítalo Marcos Tamazzo de Oliveira, 19, portador de alta habilidade, – maior grau de aprendizagem, mas o comportamento se mantém de acordo com a faixa etária -, avaliaram as propriedades funcionais da bebida fermentada a base de soja, ou seja, identificaram que a bebida também pode ser considerada um iogurte, mesmo não levando leite em seus ingredientes. Desenvolvido há aproximadamente dois anos por outros estudantes do curso, o alimento é indicado para pessoas com intolerância à lactose. O objetivo da pesquisa foi constatar que a bebida pode ser levada para o mercado como um ‘iogurte’ sem leite. “Constamos o que já desconfiávamos, que o produto a base de soja atende as mesmas características de um iogurte comum, feito com leite. O único problema é que o nome não muda, pois se não tem leite não é iogurte”, afirmou a estudante. Durante seis meses a dupla analisou, continuamente, a bebida, que foi armazenada no laboratório da faculdade. O alimento ainda não está no mercado, mas segundo Débora, a comercialização do ‘iogurte’ pode ocorrer em breve. O maratonista Fernando Luís Mas, 31, utilizou a experiência de atleta para pesquisar mais sobre os isotônicos, bebida indicada para esportistas. O estudante perdeu 50% da audição dos dois ouvidos quando ainda era criança. Atualmente ele convive com um forte ‘zumbido’ que pode atrapalhar sua concentração. No entanto, para não perder o foco Fernando corre. Pensando em sua vida de atleta, o estudante decidiu pesquisar a importância do isotônico para a vida de um esportista. “Somente o isotônico repõe os sais minerais perdidos durante a atividade física. A outra opção é a água de coco. No entanto, as pessoas consomem mais refrigerante, refresco e água durante os treinos do que isotônico. A minha pesquisa comprovou que muitos desconhecem o benefício do isotônico”, afirmou o estudante, que constatou o resultado por meio de um estudo empírico. De acordo com Amabriane da Silva Oliveira, professora do ‘Projeto Inclusão’, as pesquisas são importantes e necessárias para apresentar ao mercado de trabalho que alunos com deficiência estão se formando para atuar muito mais que apenas em empresas de alimentos, mas sim para beneficiar a sociedade. “As empresas têm que contratar pessoas deficientes não só para preencher a cota exigida pelo Ministério do Trabalho, mas pela competência e potencial desses estudantes”, disse Amabriane. Fonte: Diário de Marília http://www.diariodemarilia.com.br/noticia/136007/alunos-pesquisam-alimentos-sem-lactose